Disse o português na imortalidade de suas reflexões: “Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são. Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir”.
Fernando Pessoa não tem dúvida de que o fim do mundo é o mesmo de onde se partiu, porque traduz o nosso conceito do mundo. É dentro de nós que nos conforta a imagem, se criam as paisagens, afloram emoções, despertam-se as sensações.“É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para quê viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e género das minhas sensações?”
Por tudo isso, Fernando Pessoa assim sintetiza o percurso pelas trilhas da existência: “As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.”

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